Principal liderança dos trabalhadores, Lula é o nome capaz de levar adiante uma luta capaz de acuar a direita no campo eleitoral
No DCO:
Com a proximidade das eleições, agitam-se também os setores da esquerda que têm na disputa de cargos públicos, uma dos aspectos mais importantes da sua política. Contudo, o que se projeta para 2020 em relação ao desempenho destes partidos é uma derrota ainda maior do que a de 2016.
Emblemático disto, a construção de uma unidade da esquerda está mais em evidência do que em muitos anos. O problema é que a discussão jamais ultrapassa o aspecto mais raso da questão, que é a conquista de cargos.
Tendo atropelado qualquer formalismo ritualístico para derrubar o governo de Dilma Rousseff em 2016, chega a ser inacreditável que os maiores partidos esquerda brasileira ignorem a realidade, do País e do mundo, quanto a inviabilidade da luta dentro das instituições da dita democracia burguesa, cada vez mais abertamente ditatorial.
Neste sentido, da mesma forma que a burguesia não derrubou Dilma em 2016 para deixar Lula voltar em 2018, tampouco colocou o ilegítimo Bolsonaro no cargo de presidente para aceitar que a esquerda ganhasse qualquer espaço relevante pela via eleitoral. Aqui, cumpre lembrar que a capital onde o PT desponta com mais força é a para a prefeitura de Salvador, onde terá como candidata uma major da PM.
Com medo de desanimar a militância, simpatizantes e eleitores, a esquerda evita tratar as questões de fundo do momento, apostando num otimismo incompatível com a realidade, algo que já foi verificado durante o famoso “vira-voto” de 2018, uma tentativa desesperada de derrotar Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais e que no final, só serviu para a desmoralização da própria esquerda.
Sob manipulações ainda maiores do que o normal, as perspectivas das eleições municipais deste ano tendem a ser ainda mais duras para a esquerda. O que torna necessário uma mudança de rumos, com uma proposta mais consequente no sentido de dar combate ao bolsonarismo, o que pode ser conseguido com a construção de uma frente única em apoio ao ex-presidente Lula.
Neste caso sim, existe a chance de politizar a campanha eleitoral deste ano com nome é capaz de acuar a política da burguesia. Sendo o único candidato que tem um apelo popular real, que se desenvolve independente da máquina burocrática, uma arma que deve ser utilizada para levar a diante uma luta em um campo mais favorável. É preciso incluir a campanha em torno de Lula na campanha do fora Bolsonaro. Não como uma ilusão eleitoral cujo final já conhecemos, mas como uma alavanca para uma verdadeira mobilização popular.
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