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Na manhã desta segunda-feira (18), o presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) afirmou aos seus apoiadores na saída do Palácio do Alvorada que “quem decide se o povo vai viver em uma ditadura ou democracia são as Forças Armadas”. Na sequencia, falou que “temos liberdade ainda”, mas que “tudo pode mudar” se a população não reconhecer o valor dos militares.
As afirmações de Bolsonaro são uma clara referência a uma possibilidade de um golpe militar no país, caso a população tome as ruas para protestar contra o massacre da pandemia, que já causou 210 mil mortes, o aprofundamento da miséria e do desemprego. Atualmente, mais de 6.000 militares da ativa e da reserva das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) ocupam postos civis em todos os escalões do governo federal.
Bolsonaro tem se aproximado das Polícias Militares e nomeou comandantes da Polícia Militar de São Paulo, uma das instituições mais sanguinárias e fascistas do aparato repressivo, para a direção de empresas estatais. Os bolsonaristas apoiam o projeto de conceder autonomia às polícias Militar e Civil, o que as tornaria ainda mais avessas a qualquer tipo de controle social e prestação de contas dos seus atos à sociedade.
As Forças Armadas são um dos pilares de organização do golpe de Estado de 2016 e tiveram papel de relevo na fraude eleitoral de 2018, que se materializou na prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, primeiro colocado nas pesquisas e candidato a vencer as eleições no primeiro turno. Na época da discussão do habeas corpus do Lula no Supremo Tribunal Federal, os militares ameaçaram o país, dizendo que se Lula fosse solto, promoveriam um banho de sangue pior do que 1964.
As Forças Armadas treinam diariamente para, caso o regime burguês seja questionado pelas massas populares nas ruas, estejam aptas a assassinar, prender e torturar, tal como aprenderam no período da ditadura militar.
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