No DCO:
Seguido do anúncio da privatização da Eletrobras, a principal empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no país, a Câmara dos Deputados aprovou no dia 5 de agosto a privatização dos Correios, um novo e brutal ataque aos trabalhadores brasileiros e a uma empresa que representa um ponto estratégico na economia nacional. Frente a estes ataques, a Central Única dos Trabalhadores, junto ao Partido da Causa Operária, lançou-se na campanha em torno da greve nacional dos servidores públicos, a ser realizada no dia 18 de agosto, junto a grandes atos nacionais pelo Fora Bolsonaro e em defesa dos trabalhadores.
A entrega dos Correios
O caso dos Correios deixa bem claro o programa do golpe de estado para a população brasileira. Sendo uma das empresas mais lucrativas do país, os Correios está sendo entregue para os grandes capitalistas, destruindo a principal empresa de logística no Brasil. Com a entrega, não apenas a empresa será destruída, assim como os golpistas preparam para ser feito com a Eletrobras, mas também acarretará em uma onda de demissões e ataques aos direitos trabalhistas, esmagando ainda mais a classe operária brasileira.
A votação na Câmara mostrou também de forma visível os reais interesses do centro político e do suposto setor “democrático” da direita brasileira. PSDB, PDT, DEM e muitos outros partidos dos quais setores da esquerda pequeno-burguesa flertam em defesa da frente ampla, se juntaram a Jair Bolsonaro no ataque aos trabalhadores. O caso mostra que não há no programa político, nenhuma oposição entre os setores, e pelas declarações dadas de integrantes do PSDB, mostrou-se que o centrão é o setor mais disposto a levar a frente a política de privataria, aos moldes do que foi feito no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ao passo destes ataques, a situação impõe uma enérgica mobilização por parte da CUT e seus sindicatos. Os trabalhadores dos Correios são mais uma categoria que deve entrar na mobilização do dia 18, é necessário levar a frente um movimento mais amplo do que o realizado no ano anterior, quando os Ecetistas tomaram Brasília durante uma forte greve nacional. Agora, é hora de se unir com os trabalhadores da Eletrobras e com todos os servidores públicos, decretando paralisação nacional no dia 18 e saindo às ruas de todo país por Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
O genocídio nas escolas
Nesse mesmo sentido, os professores são outra categoria cada vez mais radicalizada pela situação de brutal esmagamento. Em greve em diversas cidades desde o início do ano, a categoria vem sofrendo diretamente com a política genocida, vista sobretudo nos governos estaduais.
Principal nome da frente ampla, João Doria, o “pai da vacina” e governador do estado de São Paulo, é o nome que está a frente desta política. O governador fascista foi o primeiro a lançar a política de reabertura das escolas em plena pandemia, mesmo quando o estado atingia números recordes de mortos, com isso diversos professores e alunos viriam a morrer contaminados, o que não serviu para parar sua política criminosa. Agora, Doria anunciou a reabertura com 100% de ocupação de todas as escolas, um passo a frente no genocídio em uma pandemia que se mostra longe de terminar.
Em meio a esta situação, os professores se veem obrigados a se mobilizar no dia 18, somando-se às demais categorias na paralisação geral dos servidores públicos.
A categoria mais atingida
Outro setor que recém saiu de uma forte mobilização e que sofre diretamente com estes ataques são os trabalhadores do transporte público. Os ônibus, metrôs, etc. são os principais meios de propagação do vírus, e milhares de trabalhadores já morreram contaminados, sendo esta uma das categorias que mais morrem pessoas a nível nacional, justamente também por ser um dos principais setores que continuou trabalhando independentemente do aumento de casos.
Em São Paulo, Doria chegou a realizar uma nova promessa para vacinação completa dos trabalhadores. No entanto, grande parte da população ainda encontra-se longe de estar vacinada, permanecendo assim o alto índice de mortos.
Acompanhando esta política, outros problemas essenciais atingem o trabalhador brasileiro. O desemprego ultrapassa marcas recordes, chegando a 15% em números oficiais, sendo que mais de 50% da população encontra-se sem um emprego estável. Somado ao desemprego, a fome e a miséria também crescem, se equiparando a níveis do final do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando milhões de brasileiros foram jogados à miséria absoluta com a implementação da política neoliberal.
Com a fome e o desemprego, o trabalhador ainda é obrigado a enfrentar a crescente inflação, a maior da década que reflete diretamente a profunda crise capitalista. Com o aumento dos preços de alimentos e demais produtos, a população encontra-se cada vez mais pobre. Além disso, o aumento dos preços da gasolina ataca diretamente os trabalhadores, levando à desistência de milhões de “ubers” em todo país, estes que já se encontravam em uma situação miserável.
É necessário sair às ruas!
É necessário combater este genocídio da população brasileira, e a única maneira de fazer isso é saindo às ruas. Neste dia 18, os servidores públicos irão não apenas realizar uma paralisação nacional, como também marcar o quinto ato nacional pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
A manifestação dessa vez atinge uma qualidade superior, pois com a movimentação dos trabalhadores, a classe operária passa a ser envolvida diretamente pela primeira vez no movimento, criando assim uma sólida base à esquerda e contra a infiltração promovida pelos golpistas. O ato abre também a possibilidade de um dia nacional de paralisação geral de todas as categorias, rumo à greve geral, um fundamental passo na derrubada do regime golpista.
Por isso, é necessário que a CUT realize uma forte campanha, vá aos bairros e mobilize os trabalhadores, é preciso fazer deste dia 18 uma data que impulsione de maneira definitiva a mobilização dos trabalhadores brasileiros.
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