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Alagoas Território Livre

Dia 12, um comício eleitoral de João Doria e do PSDB

No DCO:

O dia 12 de setembro fez imperar uma verdadeira confusão na esquerda, causada pelos grupos da esquerda pequeno-burguesa, que na defesa da política de frente ampla com os golpistas estão aderindo sem nenhum pudor à convocação do MBL, Vem Pra Rua e PSDB, para a suposta manifestação pelo “Fora Bolsonaro”.


O chamado é feito já há mais de um mês pelas organizações que foram responsáveis por criar as artificiais mobilizações que serviram de base para o golpe de estado contra Dilma Rousseff em 2016. Na época, a iniciativa encabeçada pelo MBL e pelos tucanos tinha como claro propósito criar um espaço para a candidatura da terceira via em meio às crescentes manifestações populares pelo Fora Bolsonaro.


Uma manobra da burguesia golpista


Nos atos da esquerda, a frente ampla não teve vez. Tentaram emplacar mais de uma vez o chamado “Bloco Democrático” que tinha como apoiadores partidos como PCdoB, PDT, REDE e PSDB, servindo como manobra para contrabandear para o interior da manifestação a direita golpista. A manobra não deu certo. No dia 3 de julho os tucanos foram escorraçados por militantes do PCO e de outras organizações da esquerda, na manifestação do dia 24 de julho, o “Bloco Democrático” tentou dividir o movimento, convocando um ato à parte em São Paulo. No entanto, a manobra fracassou devido à grande impopularidade da política. Mesmo com setores da esquerda pequeno-burguesa se colocando a reboque da direita, a tentativa de inserção destas organizações golpistas terminou em um grande fracasso.


Não teve jeito, o principal setor da burguesia, aquele que financia a candidatura da terceira via, hoje representada por João Doria, decidiu que as manifestações populares deveriam ser combatidas e no lugar tentar criar uma suposta “falta de alternativa” frente ao fascismo, que teria o espaço preenchido pela candidatura tucana, “a grande frente ampla de luta contra Bolsonaro”.


Contudo, se por um lado a esquerda, e assim Lula, tinha nas manifestações a sua base popular, por outro Bolsonaro também mostrou no dia 7 de setembro a sua capacidade de mobilização. A terceira via de João Doria é justamente o setor mais impopular de toda esta luta política. Dessa maneira seria preciso investir pesado e anunciar o dia 12, como um dia de manifestação da direita pelo Fora Bolsonaro, quando na realidade a manobra consiste em produzir manifestações artificias que possam justificar uma suposta popularidade de Doria.


O comício dos tucanos


Ou seja, os atos do dia 12 nada mais são que comícios eleitorais dos tucanos. Uma manobra que poderá dar certo apenas com o aval da esquerda, que ao se juntar ao movimento, como visto por partidos como PSOL e PCdoB, dão credibilidade a esta suposta “mobilização”. Os banqueiros jamais conseguiriam reproduzir na prática os comícios de Lula, e nem ao menos os comícios fascistas de Bolsonaro, os tucanos não têm nenhuma base popular, são meras ferramentas do principal setor da burguesia brasileira e do imperialismo. Para eles, resta à esquerda cair na armadilha, como alguns setores vêm fazendo, impulsionando os atos do dia 12.


É preciso destacar, além disso, que as manifestações marcadas para o dia 12 nem sequer são pelo Fora Bolsonaro, pois as próprias organizações que as convocam não defendem esta política. PSDB, MBL e Vem Pra Rua são pais do bolsonarismo. Em primeiro lugar, foram eles que encabeçaram o golpe de 2016, um impulsionador do fascismo no país. Como não bastasse, estas organizações apoiaram a eleição de Bolsonaro em 2018 e defendem até hoje as principais políticas do governo.


Doria, declarou no dia 7 de setembro que a pauta do impeachment de Bolsonaro deveria ser discutida no PSDB, ou seja, após mais de 4 meses de manifestações, até hoje nem mesmo o PSDB, principal partido que convoca o dia 12, defende o Fora Bolsonaro. Pelo contrário, a declaração oportunista de Doria que preparava o terreno para os atos do dia 12, foi respondida com grande discordância pelos tucanos que estão representando o partido no congresso, demonstrando que não há qualquer disposição do PSDB de apoiar o impeachment de Bolsonaro.


O MBL e Vem Pra Rua sequer precisam ser citados, são organizações fascistas que defendem até hoje a extrema-direita bolsonarista. O MBL promove ataques às embaixadas de Cuba e Venezuela, comemorou a prisão de Lula e a vitória de Bolsonaro, como também apoia firmemente todas as privatizações do governo.


Atos em defesa do ditador João Doria


O dia 12 inclusive, é muito mais um ato anti-Lula do que contra Bolsonaro. Se por um lado os tucanos não defendem o Fora Bolsonaro, por outro defendem a prisão de Lula e o atacam incansavelmente. A frase “nem Lula nem Bolsonaro” presente no chamado destas organizações representam muito bem a política contra a esquerda declarada por estes setores.


Assim, fica claro que as manifestações do dia 12 de setembro não passam de um grande golpe da burguesia contra o povo. Não há Fora Bolsonaro, mas sim uma manifestação antilulista que tem como intuito levantar a candidatura de João Doria para as eleições de 2022. A função destas manifestações é criar uma popularidade artificial à candidatura da terceira via, uma manobra golpista que visa esmagar a esquerda e toda mobilização dos trabalhadores.


Por isso, de forma acertada a CUT anunciou que não estará presente e também chama a todos os trabalhadores a não participar destas manifestações. É papel de toda a esquerda fazer o mesmo, aqueles que participarem do dia 12 junto aos tucanos e aos fascistas precisam ser amplamente denunciados, é uma manobra anti-povo a favor do ditador João Doria, o mesmo que liberou a Avenida Paulista para o fascismo e quis proibir os atos da esquerda no último dia 7 de setembro.

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