Por Maringoni, no DCM:
Naquele outono de 1867, um contingente de 3 mil soldados brasileiros que tentava entrar no território paraguaio foi humilhado pelas tropas de Solano López, pelo cólera, pelo tifo e pelo beribéri. A campanha durou pouco mais de um mês e o efetivo perdeu metade dos seus homens. Sem alternativa, fez meia-volta e retornou a Mato Grosso.
OS PARAGUAIOS DA HORA são os líderes do poderoso Centrão. Com treinamento e profissionalismo muito superior ao de generais, brigadeiros, almirantes e demais trapalhões fardados, as tropas chefiadas por Ciro Nogueira, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco empreenderam façanha tida como impossível. Está acabando com a propalada intervenção militar e – de quebra – com os esgares hidrófobos de gente como Braga Netto e seus gorilas pouco amestrados.
Na superfície tudo segue como dantes. O técnico – Bolsonaro – seguirá prestigiado, bem como a turma da caserna. Mas uma mudança na composição – digamos – sociometabólica do governo já aconteceu. A investida começou pelo ministério da Saúde, alcançou a Casa Civil e neste momento cerca a pasta da Economia. O próprio mandatário se humilhou nesta quinta, diante das câmeras, para confessar “eu sempre fui do Centrão”.
SIM, É UMA MUDANÇA LAMPEDUSIANA – muda-se tudo para que nada mude -, operada para evitar o impeachment ou a inviabilização total da quadrilha no poder. Bolsonaro vendeu o ano e meio de mandato que tem pela frente para escapar de cascas de banana espalhadas pela conjuntura. Ao mesmo tempo, inviabiliza-se qualquer aventura golpista. O Centrão não precisa disso. A pretendida fusão de DEM, PSL e PP rema na direção da hegemonia palaciana.
As eleições de 2022 vão acontecer, com urna eletrônica e tudo e a CPI pode deixar Pazuello, Franco e outros membros da gangue em maus lençóis. Braga Netto deu o tiro de misericórdia no voto impresso, além de aparecer como o maior impulsionador das manifestações deste sábado, 24.
O atual comando das FFAA brasileiras merece o troféu Três Patetas de tirocínio político.
(TEMPOS ALUCINADOS estes: o Centrão aparece como fator civilizatório da cena política!)
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