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Alagoas Território Livre

Auxílio emergencial: receba somente após morrer

A terceira parcela do Auxílio Emergencial está prevista para ser paga até o mês de setembro, e aquilo que deveria ser a solução mais uma vez vira problema para os trabalhadores


No DCO


:Diante da crise econômica que foi ainda mais potencializada com a chegada da pandemia no Brasil a grande preocupação dos brasileiros se deu em torno da renda das pessoas que ficariam sem emprego ou sem condições de trabalhar em sua completa normalidade, como foi o caso dos trabalhadores informais. Muito se discutiu sobre o que o Estado deveria fazer para enfrentar essa situação, até que foi apresentado o Auxílio Emergencial. Inicialmente pensado para serem três parcelas de R$200, o benefício foi acordado em R$600 e foi colocado como a verdadeira salvação dos trabalhadores, mesmo com esse valor mínimo, praticamente uma esmola. Aquilo que parecia ser a solução de pelo menos parte dos problemas de uma grande parcela dos trabalhadores na verdade virou ainda mais um problema.


Os problemas do auxílio já começam na forma de se cadastrar para recebê-lo e como utilizar o dinheiro. Pensando em diminuir as filas em agências e evitar aglomerações, a Caixa Econômica e o governo federal desenvolveram um aplicativo de celular para que os trâmites fossem realizados, o que já demonstra um grande problema já que a alternativa ignora todos aqueles trabalhadores que não têm acesso à internet, ou não têm um smartphone, ou não têm nenhum dos dois, o que abrange milhões de brasileiros que realmente necessitam do programa, e deveriam ser os primeiros beneficiados. Para aqueles que conseguiram se cadastrar e enviar os seus dados, as dificuldades também aconteciam na análise dos mesmos para a liberação do benefício, onde milhões de brasileiros ainda aguardam a análise dos dados ou da contestação feita após o benefício ter sido negado. Passando por todas essas dificuldades, aqueles que finalmente conseguiram o benefício agora enfrentam o atraso no pagamento de parcelas e as restrições de movimentações bancárias sendo limitadas ao aplicativo “Caixa Tem”. A terceira (e por enquanto última) parcela do Auxílio Emergencial está prevista para ser paga até o mês de setembro, mais precisamente até o dia 19 de setembro e isso coloca outras questões acerca de como viverão os trabalhadores até o recebimento do mísero dinheiro e também após o auxílio supostamente acabar.


Os trabalhadores estão enfrentando várias dificuldades em meio à crise pandêmica, onde os casos confirmados e os óbitos não param de crescer em meio às medidas desesperadas de governadores e prefeitos com a abertura e fechamento do comércio e outras atividades econômicas, onde a classe operária corre o risco de se infectar e ficar doente, até mesmo morrer. Ao mesmo tempo, vivem a incerteza da renda e de como vão sobreviver ao agora e também ao pós pandemia, já que há atraso no pagamento das parcelas do Auxílio Emergencial, o que prejudica a renda dos trabalhadores hoje, e também uma grande burocracia por parte do governo sobre a prorrogação do auxílio, sem nenhuma perspectiva de como irão sobreviver ao pós pandemia e suas conseqüências.


Essa situação entorno da renda dos trabalhadores e o verdadeiro descaso do governo Bolsonaro com a situação dos brasileiros só demonstram o caráter genocida da política adotada por Bolsonaro e sua equipe, em que não há medidas efetivas para o controle da pandemia, inclusive a situação toda é minimizada pelo próprio presidente, além de utilizar a população como cobaia com distribuição de medicações sem eficácia comprovada para os infectados, e também há o descaso em relação a renda daqueles que estão sendo mais prejudicados pela crise, ou seja, o governo mata os brasileiros de fome e também os colocam para morrer de Coronavírus, enquanto atende aos caprichos da burguesia e dos grandes banqueiros, que já receberam mais de R$2 trilhões de “auxílio emergencial”.


O governo Bolsonaro não atende as demandas da população trabalhadora, pois não é de seu interesse e também não faz parte da sua política, por isso a classe operária se vê em situações de completa humilhação para se conseguir o mínimo necessário apenas para sobreviver. É preciso parar com o genocídio da classe trabalhadora que o governo Bolsonaro colocou em curso, e isso só será possível com a mobilização popular pelo Fora Bolsonaro.

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