O dia termina sem grandes repercussões em torno do artigo de Hamilton Mourão no Estadão, em que tenta orientar a imprensa, ataca o poder de governadores e prefeitos, alinha-se ao pensamento de Bolsonaro e fala em caos.
O trecho dedicado à imprensa não é o de um general que virou político, mas de um político que pretende deixar claro que ainda é general, apesar do tom aparentemente cordial.
“A imprensa, a grande instituição da opinião, precisa rever seus procedimentos nesta calamidade que vivemos. Opiniões distintas, contrárias e favoráveis ao governo, tanto sobre o isolamento como a retomada da economia, enfim, sobre o enfrentamento da crise, devem ter o mesmo espaço nos principais veículos de comunicação. Sem isso teremos descrédito e reação, deteriorando-se o ambiente de convivência e tolerância que deve vigorar numa democracia.”
E tem o trecho que fala de risco de caos, como cenário ou como ameaça:
“Para esse mal (referindo-se à pandemia) nenhum país do mundo tem solução imediata, cada qual procura enfrentá-lo de acordo com a sua realidade. Mas nenhum vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos”.
A verdade é que ninguém deu muita bola para o artigo de Mourão.
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