No momento em que escrevo, a dra. Nise Yamaguchi está reunida com o ainda presidente Bolsonaro, em Brasília, e provavelmente será a próxima ministra da Saúde, porque talvez seja a única entusiasta no Brasil do uso da cloroquina no estágio inicial da doença e não só em casos de vida ou morte como prevê o Conselho Federal de Medicina, tal como o ainda presidente exige.
Ela é a própria Madame Cloroquina.
Embora não tenha se queimado tanto quanto o ex-ministro Osmar Terra, aquele que previu que morreriam 2 mil brasileiros nessa pandemia, a dra. Yamaguchi, que circulou em Brasília quando Mandetta caiu, tem fama de ignorar protocolos internacionais a respeito do uso de medicamentos, prefere guiar-se mais por seu feeling que por eles.
Em cinco meses de covid-19 ainda se sabe muito pouco, e não só aqui, em todo o mundo, mas a maioria dos estudos internacionais é unânime em afirmar que cloroquina faz mais mal que bem. Nenhum país adotou o tratamento.
Uma coisa é a dra. Yamaguchi tratar seus pacientes com cloroquina, é problema dela, outra muito diferente é universalizar o uso massivo no país, o que vai expor milhares de brasileiros a riscos já detectados em investigações científicas.
É uma roleta-russa intolerável. Por ordem do imperador Bolsonaro I, a cloroquina assume o ministério da Saúde.
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