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Fracasso do megaleilão mostra que Brasil ainda não é um Kuwait


Aparentemente, o megaleilão foi um fracasso. Petrobras levou o bloco gigantesco Búzios com chineses e o bloco Itaipu sozinha. Rendeu R$ 70 bi, 30 abaixo do esperado (que já era 10% do que realmente valem os blocos).

O caso é que as empresas estrangeiras fugiram do Leilão. O jornalismo mambembe não conseguiu explicar ainda o porquê dessa fuga.

Eu explico: quem vai investir em um país fracassado, sem poder judiciário, sem polícia federal, sem governo? As multinacionais são agressivas, sedentas por ruínas de países destruídos, mas não são burras.

Viram o que ocorreu no Chile e estão refazendo os cálculos.

A coisa está feia, sem dúvida. Mas o Brasil ainda é grande demais para ser tratado como um Kuwait (e tem, salvo engano, 210 milhões de habitantes, 8,5 milhões de quilômetros quadrados de área seca e 3,6 milhões de quilômetros quadrados de território marítimo).

O neoliberalismo assassino de Guedes/Bolsonaro é tão suicida quanto todos nós, que estamos rolando para lá e para cá no berço esplêndido da liberdade que Lula não tem.

Traduzindo: eles só sabem o que fazem na nossa semântica subserviente e cética.

Tomem aqui uma autocrítica grátis - e usem com moderação, por favor: se a elite brasileira é entreguista, nós também somos. Porque ficamos reclamando de tudo e, ainda assim, vamos entregando tudo aos entreguistas.

Quem entrega a entreguista é o quê?

Ademais, reclamar do país, seja governo de direita ou esquerda, dá ibope. Sem perceber - e já percebendo - somos (nós, democratas, a mídia alternativa e afins) um subproduto discursivo que repete o óbvio todos os dias para manter viva a chama apagada das redes digitais progressistas.

Chegamos, finalmente, ao momento em que as palavras não valem nada (ou valem muito pouco).

E aí, é barbárie (parece que até hoje no mundo, o único que conseguiu fazer uma revolução social sem barbárie foi Lula).

Fiquemos à espreita e tomemos o cuidado inútil de celebrar o fracasso do leilão do pré sal.

Porque, agora, eles entenderam que a privatização completa da Petrobras é condição sine qua non para continuar entregando o país.

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