Nesse domingo (07) aconteceu a grande final da Copa América 2019. A conquista do nono campeonato da Seleção Brasileira não foi o único destaque da partida. A vaia tomada pelo presidente golpista Jair Bolsonaro também ficou para a história.
Mas antes de falar sobre Bolsonaro, vale ressaltar que o melhor futebol do mundo foi campeão jogando muito bem, mesmo sem seu principal jogador, Neymar, que estava machucado. Diferente do que os jornalistas esportivos da imprensa golpista dizem – e que a esquerda pequeno burguesa acompanha – a conquista mesmo com a ausência de Neymar desmente a tese de que a Seleção seria dependente do atacante e mostra que o futebol brasileiro é realmente um seleiro de craques. Se Neymar estivesse em campo, provavelmente a conquista do título seria ainda mais fácil.
O Brasil, para ser campeão, teve que jogar contra a enorme pressão que os grande monopólios do futebol vem exercendo contra a Seleção, tendo como veículo de transmissão toda a imprensa golpista e imperialista. Uma campanha que ficou clara pelo sistemático uso do VAR contra o Brasil e foi escancarada pelas reclamações da AFA (Federação de Futebol Argentina) e do jogador argentino Messi que afirmou, mesmo sem nenhum fundamento aparente, que a Copa estaria armada para o Brasil.
Essa reclamação, que numa situação normal até poderia ser levada a sério, parece ser, na realidade parte de uma campanha contra o futebol brasileiro. As evidência são claras: 1) Quem controla tradicionalmente a Conmenbol (Confederação sul-americana de Futebol) são os próprios argentinos; 2) O jogo entre Brasil e Argentina não teve nenhum lance tão escandaloso que justificasse uma reclamação nessas proporções por parte de uma federação contra a outra; 3) À primeira vista, embora a acusação de Messi tenha sido grave, em nenhum momento ele foi duramente repreendido, o que foge dos patrões de jogadores que foram punidos por muito menos; 4) A CBF tem se colocado em conflito de interesses aberto com o restante das federações sul-americanas após ter se recusado a votar nos Estados Unidos e no Canadá para a serem a sede da Copa de 2026.
Não sabemos exatamente o que se passa no interior dessas federações, confederações e na própria FIFA. É um ambiente dominado por interesses de grandes capitalistas que estão a todo momento lutando entre si. Mas os dados acima servem para compreender um pouco o que está em jogo e as contradições que existem aí.
Outro fato é que ao contrário do que reclamou Messi, o Brasil precisou passar por cima do VAR e das arbitragens várias vezes. Até mesmo no jogo contra a Venezuela, o VAR entrou em campo três vezes contra o Brasil. Independente da correção ou não dos lances, é preciso ser lógico: se a Copa estaca arrumada para o Brasil, para que tanto esforço em anular gols da Seleção? O mesmo aconteceu com o pênalti para o Peru e a expulsão de Gabriel Jesus na final.
O que se viu na verdade é que o futebol brasileiro precisou jogar contra um esquema montado para dificultar a Seleção.
Muitos setores da esquerda pequeno-burguesa, que são o lado da mesma moeda coxinha que ataca o futebol brasileiro, irão aproveitar a presença do golpista Jair Bolsonaro na final para fazer frente única nos ataques contra a Seleção. Uma esquerda que realmente está de acordo com os interesses do povo não vai entregar a Seleção para a direita. Em vez disso, é preciso denunciar, é preciso lutar para que a Seleção seja realmente do povo e controlada por ele e não torcer contra que no final das contas é uma atitude de coxinha.
Bolsonaro, como um político burguês e oportunista foi se aproveitar da Seleção, sendo que ele, como bom representante da direita mais ignorante, sequer gosta de futebol.
A torcida que estava presente no Maracanã não ficou com filosofia e soltou uma vaia homérica contra Bolsonaro. Torceu para o Brasil e vaio Bolsonaro, que na realidade nem brasileiro é, é um norte-americano disfarçado. A vaia foi tão grande – maior do que a recebida no Mineirão no jogo contra a Argentina – que nem mesmo Galvão Bueno da rede Globo conseguiu esconder e precisou disfarçar: “como sempre há manifestações contra e a favor”.
Enquanto Bolsonaro fazia demagogia, a torcida vaiava. No final, o Brasil terminou mesmo fazendo 4 gols: de Everton, Gabriel Jesus, Richarlison e da torcida. É importante ainda ressaltar que a torcida presente no Maracanã não era popular pelo valor absurdo do preço dos ingresso. O mais barato não saía por menos de 600 reais. Mesmo assim, nem a Globo conseguiu esconder as vais para Bolsonaro, Sergio Moro e os ministros que estavam por ali. As vaias foram preparadas por manifestações do lado de fora do Maracanã: houve lulaço, mutirão do PCO, protesto contra o preço dos ingressos dos torcedores pela democracia e pelas torcidas organizadas em torno do movimento Direito de torcer.
Vídeo da vaia:
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